Em uma de suas pregações Padre Léo falou sobre a semelhança física entre os cachorros e seus donos e afirmou achar-se parecido com um buldogue.
Após período de tratamento quimioterápico, padre Léo volta a Bethânia e é recebido por um de seus cachorrinhos
" Sem cair no perigo do panteísmo ou mesmo da visão parcial ou errada da ecologia, é preciso compreender a importância das plantas e dos animais como reflexos e convites do amor de Deus. Quando se vive numa fazenda ou num sítio, percebe-se, sem muito esforço, a importância da vida animal e das plantas.
O que seria de nossa alimentação sem a horta doméstica, sem o leite ou a carne, sem os ovos e todos os seus derivados? Como trabalhar num sítio sem a eficaz ajuda de uma mula ou sem a inseparável companhia de um cachorrinho de estimação? Num sítio, os animais acabam fazendo parte da família.
Jamais me esquecerei da Sucena, a maravilhosa mula que, por muitos anos, acompanhou a história de minha família. Sucena era uma mula forte e mansa. Qualquer criança podia andar sobre seu lombo firme. Nunca vi outro animal que soubesse conduzir uma bagageira com a maestria de Sucena. Com ela puxando a carroça, se podia até mesmo dormir ao volante. Ela sabia o caminho de casa e, dependendo da porteira, abria com facilidade.
Sucena ajudou meus pais a nos criar. Era a mula do trabalho diário: buscar trato para o gado, levar o leite para a fábrica, trazer lenha para o fogão, milho para a pamonha ou para o paiol, mandioca para tratar das galinhas ou dos porcos, conduzia a família para a missa ou para a visita na casa da vó, era a companheira eficiente na hora que rapidamente era preciso levar uma criança doente ao médico.
Sucena era forte e firme, até mesmo quando alguma comadre resolvia puxar conversa com a mamãe, na ladeira difícil do Rio Claro. Em qualquer dia ou horário. Nunca deu um coice em uma criança, ou uma mordida em alguém que viesse lhe colocar o cabresto. Sucena era como o burrinho que conduziu Maria e depois Maria e Jesus, e depois somente Jesus, por longas viagens.
Veja bem, a releitura que acabo de fazer de alguns aspectos da vida da minha família, a partir da lembrança da Sucena, já é uma oração de cura interior. Precisamos ter referenciais bonitos para serem recordados. Esses referenciais preenchem nosso coração, especialmente nos momentos mais difíceis de nossa vida.
O que percebi na presença de Sucena poderia escrever sobre o Trigueiro, um cachorrinho que morreu tragicamente quando eu tinha uns três ou quatro anos. Trigueiro foi minha primeira experiência de morte. Foi terrível. Ele era um cachorro especial demais. Não sei quanto tempo viveu em nossa casa. Aliás, desde que me conheço por gente nunca me recordo de ter vivido longe dos animais. Especialmente dos cachorrinhos.
O Trigueiro era meu amigo inseparável. Ele é minha mais linda recordação de infância. Hoje em dia algumas pessoas dizem que não criam bicho porque depois se apegam e quando ele morre sofrem. Não devemos ter esse medo. O fato de ter sofrido muito com a morte do Trigueiro não me impede, hoje ainda, de me recordar dele com carinho e ternura, até porque ele morreu para não ficar longe de mim.
Papai estava trabalhando com a Sucena. Eu brincava com o Trigueiro na cocheira, tratava dele como se fosse um bebezinho. Amarreio-o pelo pescoço. Coisa de criança. Quando vi que papai estava indo para a casa do padrinho Vico, saí correndo para alcançá-lo. Esqueci-me do Trigueiro. Mas ele não se esqueceu de mim. Pulou para me alcançar. Morreu enforcado na cocheira. Seu enterro foi terrível e triste. Mas não apagou o bem que ele semeou em nossa vida.
De alguma forma o Trigueiro continua vivo. Se não fosse importante, por que Deus o teria criado? O Trigueiro se foi, veio o Tizil, o Peri, o Lulu da Vó, o Duque, o Dolly, o Banzé, o Chuvisco, Pitico, Léo, Sansão, Davi, Biguá, a Susi e a Berê, a Bethânia e a Dalila, a Regiane e a Ângela, a Vanderleia, a Denise e até a Tangerina, do Douglas.
O convívio com os animais é fundamental para a nossa cura. É certo que nem todos podem criar animais. Nem todos os animais podem ser criados em casa. Mas essa relação entre homem e bicho, humano e planta, é fundamental para a cura interior."
Lendo esse trecho, segredos de cura interior, lembrei-me do sítio do meu pai. Nós tínhamos trabalho com o bichinho da seda e alguns animais de corte e leiteiro. E tinha um potreiro logo acima de casa, do outro lado do asfalto. Com um pequeno mangueirão, onde faziam a passagem dos animais. E tinha um touro que era cerqueiro, e não deixava nenhuma criacão se afastar do bando, era a coisa mais linda de se ver. Todos ficavam admirados da inteligência do touro. Era como se fosse uma pessoa tocando a boiada. Como os animais ensinam a gente! Gosto muito quando o Pe. Léo faz esses tipos de comparacãos, com os animais.
ResponderExcluirNão é sem motivo, que o padre Léo fala com muito carinho, em seus livros, da mula Sucena. O menino Tarcísio nasceu com bronquite crônica. E quando vinha os ataques de bronquite (ocorriam a noite), seu pai arriava a Sucena e na (charrete), o Sr.Quinzinho, Dna Nazaré com o menino no colo, percorriam 32 Kms de estrada de terra, buracos e rios, até chegarem ao médico.
ResponderExcluirDaí vem a sua gratidão por aquela mula, mansa e que enxergava até no escuro.
Aquele animal participou de sua vida como um sinal de Deus.
Assim como francisco, padre leo amava os animais
ResponderExcluirA PAZ DE JESUS E O AMOR DE MARIA!
ResponderExcluirObrigado DEUS por este homem que tanto amou os animais, as plantas e os filhos que aqui deixou, mais que um dia iremos nos encontrar.
Padre Léo espere por nós no céu. "Monsenhor Jonas Abib"
DEUS abençõe
Obrigado DEUS por este homem que tanto amou os animais, as plantas e os filhos que aqui deixou, mais que um dia iremos nos encontrar.
ResponderExcluirmeu filho estava na catequese e um cachorrinho entrou na igreja e ficou perto dele ate o termino eo seguiu e´te em casa. na mesma hora o chamamos de leo.
ResponderExcluirGente, estou em lágrimas de emoção após ver esta postagem. As fotos, especialmente a última, arrebataram meu coração. Vejam como Padre Léo está com a aparência totalmente desfigurada após a quimioterapia, e mesmo assim o cachorro o reconheceu. É muita emoção...
ResponderExcluirtenho uma cachorrinha de nome naya com 4 anos, minha filha a trouxe para casa com 7 semanas e como eu a amo, o meu chegar do trabalho melhorou sou de ver a felicidade que ela fica em me ver e é reciproco. Nem quero pensar na sua partida, sem que é inevitável e não sei quando irà acontecer por isso vou ama-la muito todos os dias da sua vida. Adoro padre leo sinto uma enorme tristeza pelo seu sofrimento antes da sua partida, como ele disse o cancer tiranos tudo mas nem o cancer nem todo o poder do encardido conseguem tirar o seu contagiante amor por DEUS PELO PRÓXIMO E PELOS ANIMAIS.Nunca te esquecerei...........
ResponderExcluirPaula Gonçalves
De Portugal