O livro Padre Léo - Biografia nos conta, nas páginas 381 e 382, a história de Madalena Correa, enviada pelo Conselho Tutelar de Tijucas para a Comunidade Bethânia, em 10 de maio de 1996, porque havia sido presa num prostíbulo traficando drogas, conforme vocês podem constatar no trecho da obra transcrito abaixo:
"Bethânia havia sido concebida originalmente para receber apenas homens, não mulheres, pelo menos enquanto não houvesse uma casa separada e exclusiva para elas. Mas o caso de Madalena era uma determinação judicial, por orientação do Conselho Tutelar. Bethânia foi simplesmente obrigada a acolhê-la.
No dia seguinte, Pe. Léo foi até São João Batista, pela manhã, para fazer sua visita ao Recanto e conhecer Madalena. Ao chegar lá, ele viu uma menina linda, jovem, loira, de olhos claros e cabelos compridos, que correu ao seu encontro e lhe disse de supetão:
- Eu sou sua filha!
Padre Léo levou um susto com a recepção e, sem perder a piada, lhe respondeu:
- Nossa! Você cresceu muito!
Para padre Léo, que nunca acreditou em coincidências, a chegada da sua primeira filha de Bethânia, uma menina vinda da zona e chamada Madalena, revestia-se de um significado muito importante.
Diante disto, Padre Léo interpretou que Deus não estava brincando com ele.
Madalena, uma menina de 18 anos que perdera a mãe aos seis, assassinada de forma Bárbara, viveu com a sua mãe adotiva até os catorze anos, quando fugiu de casa. Aos dezesseis, iniciou sua vida nas drogas consumindo maconha. Em pouco tempo, estava na cocaína. Quando chegou a Bethânia, Madalena pensou em fugir, mas depois, pelo carinho e o amor que recebeu na Comunidade, ela ficou e foi restaurada."
Três anos depois da chegada de Madalena em Bethânia, na pregação Os caixotes das drogas, em 26 de junho de 1999, padre Léo falou de sua filha e fez uma extraordinária revelação:
"A Madalena foi nossa primeira filha. Vocês imaginam: a primeira filha que Deus mandou para nós chamava-se Madalena. Deus é dez! Madalena Correa. Nós vamos soltar as correias dela, né? Agora, semana passada, ela veio me dizer que quer ser freira. Tomara Deus. Vai ser uma freira muito doida! Mas vai... Já pensou, meu filho, Madalena virar freira? Eu tenho chance de ser papa... Vai é... A gente não sabe, né? Eu não tou aqui hoje? A vida...
Então, na nossa casa, uma das nossas obrigações é dar um abraço em cada um. Quando a Madalena chegou na comunidade, os consagrados, os meninos, iam e abraçam, e levantam, tem que dar um abraço, na hora de dormir tem que dar um abraço. Passam uns três dias, chego lá, a superiora chega: "Léo, tou com uma coceira aqui no cabelo." Quando eu olhei, gente! Essa Madalena tinha tanto, mas tanto piolho... Nossa, que coisa medonha! E uma moça linda. O encardido deixa a pessoa feia."
Muitos anos depois, no programa Tenda do Senhor de 10 de outubro de 2005, comemorativo aos dez anos da Comunidade Bethânia, padre Léo recebeu Irmã Madalena Correa, sua filha Madá, sinal inequívoco de Deus, vocacionada na Comunidade Amor Incondicional, conforme podemos conferir no vídeo postado na página Pe. Léo - Biografia no Facebook (clique aqui para ver o vídeo) e na transcrição do fato relatado nas páginas 543 e 544 de Pe. Léo Biografia:
Vários filhos participaram do programa mandando mensagens por telefone, as quais Padre Léo fez questão de ler no ar. Mas o momento mais emocionante para Padre Léo foi quando ele chamou a primeira filha de Bethânia, Madalena Correa, para o Sofá da Tenda:
- Eu vou me levantar porque é um momento solene! Ela foi a primeira filha de Bethânia. A história dessa menina, desde o primeiro dia em que ela chegou aqui, no dia 10 de maio, aniversário de Margarida, tem sido também essa história de alguém que sai lá do fundo do poço e que hoje é consagrada inteira Deus. No próximo dia 4 de dezembro, ela estará recebendo o seu véu como consagrada, irmã, como religiosa na Igreja. É com muita honra que nós recebemos Ir. Madalena Correa.
A emoção foi muito grande para o menino do Biguá. Ele a abraçou e só conseguiu dizer: "Que alegria, Madá!", E chorou, ao vivo, para todo Brasil. Com a voz embargada, Pe. Léo prosseguiu: "A gente nem tinha condições ainda de acolher uma filha, mas o Conselho Tutelar achou Madalena. Onde, Madalena?" Ela respondeu: "Na zona… vendendo droga." Pe. Léo continuou: "Madalena era, aliás, ainda hoje é, essa menina linda. Na época, menor de idade, veio da zona… Da zona (com a voz embargada), E agora, freira! Eu penso, Madá, que esse é um dos sinais de Deus."
Que essa história e testemunho profundo do amor incondicional de Deus nos impulsione a buscar cada vez mais as coisas do Alto e a acreditar que dentro de cada um de nós há um desejo pelas coisas do Senhor que precisa apenas ser canalizado e restaurado. Tudo pode ser mudado! Tem jeito! Em Cristo, somos pessoas novas! Temos um potencial que só precisa ser alimentado, incentivado, construido. Deus seja louvado pelas maravilhas que fez e faz em cada vida transformada por um abraço, um acolhimento, uma mão humana que acolhe e ajuda o irmão a reescrever sua própria história. Deus seja louvado por termos a Comunidade Bethânia!
Conheci padre Léo muito depois de sua morte através dos vídeos em que deixou palavras inspiradoras e transformadoras. Parabéns a vocês do blog por divulgar a vida deste padre que tanto bem fez e continua a fazer. Uma reclamação: gostaria que a canção nova não cortasse as pregações do padre Léo no final nos programas das segundas. Muito obrigado e parabéns pelo blog.
ResponderExcluirAmo o Pe. Leo para sempre. Nunca um religioso tocou tão profundamente meu coração. Ass. Valdiléa Medeiros. Campina Grande-PB.
ResponderExcluirSão Padre Léo do Biguá, rogai por nós
ResponderExcluirMaravilho, como tudo que vem de Pe. Leo... Que com sua vocação salvou, ainda salva) e restaurou tanta gente e tantas famílias.
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