“Problema de família... Problema ligado a droga... Mas acontece que quando começam os sintomas, a gente não tem coragem de enfrentar o problema. Porque é meu filho... É minha filha... E eu estou acostumado a falar dos outros. Qual é a diferença entre maconheiro e dependente químico? Maconheiro é o filho da vizinha. Dependente químico é o meu filho. Mesma coisa de alcoólatra e pinguço. Pinguço é o vizinho. Pinguço é o inimigo. Alcoólatra é uma pessoa da minha família. Ladrão e cleptomaníaco? Cleptomaníaco é uma doença quando é na minha casa. Você vai falar que um inimigo seu é cleptomaníaco? É ladrão, safado, sem-vergonha!”
“Quando é dos outros... Então eu desço a lenha! Mas quando começa a aparecer o problema na minha casa, vem a codependência: eu protejo.
Meu filho foi lá e tirou um dinheirinho... Desapareceu. Eu fico com a pulga atrás da orelha. Eu não tenho coragem de falar pro meu marido. Porque, imagina, o meu marido vai ficar louco!
Mas você não fala pro seu marido? Ele dá um showzinho lá na casa, o seu filho? Vocês vão deixando...
É o meu filho!
Na hora em que ele começar a dar show lá fora, a sociedade não vai aceitar. A codependência aí, gente! Então se eu tou vendo que uma pessoa tá indo prum buraco de um vício, de um pecado, e eu vou protegendo... A codependência faz com que eu também vá me tornando um viciado... Igualzinho! E eu estou ajudando a proteger mais vícios. Eu estou ajudando a produzir mais problemas. Eu estou ajudando a produzir mais gente doente. Mais gente infeliz.”
Padre Léo
Trechos da pregação: Assumindo a minha impotência
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