

Trago aqui alguns trechos: "Não vou perguntar qual é a boa de hoje, porque tenho uma espetacular. É um especialista em fogão de lenha... Com 71 anos continua um menino, tão menino que até o nome é singular:
Rubem Alves vem pra cá!".
Assim padre Léo iniciou a sua entrevista: "Quanta honra em
A importância de sua obra literária:
"Muitos de seus textos são usados para o meu Ministério de Cura Interior e para ajudar os meus filhos (as) em Bethânia", diz padre Léo.
Rubem Alves nos fala de seu livro: “Se eu pudesse viver minha vida novamente”. Esta obra desperta o leitor a valorizar a vida e aproveitar cada momento de modo especial. Os fracassos, ponto de partida.
“Quando fiz 70 anos escrevi este livro. Viveria a minha vida exatamente como vivi, inclusive com os erros. Os meus erros contribuíram para que eu chegasse até aqui”.
Se quisermos experimentar a grandeza dessa vida temos que trabalhar, não pelas coisas transitórias, mas pelas coisas perenes. Então conseguiremos enxergar o tempo futuro, não o tempo que passou: “Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa”.
E completa esse pensamento, respondendo ao padre Léo:
“Quantos anos eu tenho pela frente, não tenho a menor idéia. Sei lá, mais três, mais dez anos, não sei. Quando a gente chega nesta idade, tomamos consciência da passagem mais rápida do tempo. A gente aprende que não temos tempo para pensar em besteiras. A gente começa a selecionar as coisas que são realmente importantes. É sabedoria! Saber quais as coisas essenciais, para viver intensamente o tempo que me resta”.
No término da entrevista: "Você disse: se não tiver um ponto final a vida seria triste demais... Este nosso bate papo também tem que ter um ponto final... Tomara que a gente se encontre aqui ou em qualquer outra Tenda". Padre Léo e Rubem Alves já estão com o Senhor.
Hoje, o nosso conhecimento é imperfeito, incompleto, através das criaturas que Deus colocou neste mundo. Mas na vida futura conheceremos com visão plena, porque veremos Deus face a face.
Que possamos nos encontrar, todos, na eterna bem aventurança!
“Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece. O que a memória ama, fica eterno”. (Rubem Alves)
No livro que lançou logo após a morte de Padre Léo, Rubem Alves dedicou a ele uma de suas crôncias:
ResponderExcluir"PADRE LÉO
Ele partiu para o mundo dos mistérios de onde ninguém voltou para contar como é.
Fiquei triste.
Conheci o padre Léo acidentalmente.
Fui convidado para participar de um programa de televisão em São Paulo.
Aceitei sem investigar o assunto.
Aí descobri que se tratava de um programa católico ligado à Renovação Carismática.
Protestante incrédulo, refuguei mas cumpri a palavra.
Pois foi uma surpresa.
Logo nos afinamos e passamos a jogar frescobol.
Ele dizia coisas na tv que fariam o papa ruborizar-se.
Pensei que ele logo seria forçado a um silêncio obsequioso, como aquele que o Sumo Pontífice aplicou ao Leonardo Boff e à Ivone Bebara.
Contou para as milhares de pessoas que o assistiam, que ele havia organizado uma reunião de dois mil casais para celebrar o Dia dos Namorados, num campo de futebol.
Lá estavam eles, os dois mil, jovens e velhinhos.
"Agora, para celebrar o Dia dos Namorados, é preciso beijar!
Todo mundo beijando...¨
Mas os casais, instruídos sobre o perigo da lascívia, deram aqueles beijinhos de encostar boca chamados de ¨selinho ¨.
O padre Léo protestou:¨Vocês nunca leram a BÍBLIA? Está lá, no livro dos Cânticos: ¨Há mel debaixo da tua língua¨.
Então, para obedecer às Sagradas Escrituras, vamos todos enfiar a língua debaixo da língua do outro para sentir o gosto bom do mel...¨
Ele era assim.
Nunca recebi tantos e-mails por um programa.
Espero que no céu os salvos leiam o livro do Cântico dos Cânticos..."
(RubemAlves)