De: o mais gentil dos Josés
Assunto: saudade de “rachar”...
Para: padreleo_ceu@hotmail.com
Querido pai, desculpe-me, mas só agora consegui entender quando o senhor nos dizia à mesa, ou sentado na cozinha, contando causos para nós, “que a presença física é a mais pobre das presenças”. Não sei se... o mais difícil era entender ou aceitar, mesmo já fazendo tantos anos que o senhor passou pela minha vida, deixando no meu coração um rastro de amor impossível de ser apagado. Hoje, andando aqui pelas trilhas que o senhor gostava de fazer, não tive como não chorar. Segurar o choro?... De que forma, se parece que o estou vendo, andando com as mãos para trás e rodeado pelos cachorros?...
Pai querido, não estou querendo discordar do senhor, mas é que a sua presença entre nós... ah! transmitia-nos uma confiança danada. Ainda lembro quando o senhor viajava, e ficava fora... uma... duas semanas – pregando retiros em redor do mundo–, e quando amanhecia, e nós olhávamos para a garagem de sua casa e... estava lá o pikup strada branco, estacionado... Ah! era uma alegria generalizada. Logo alguém gritava: “– o pai chegou”... e, em alguns minutos, um eco uníssono dobrava as colinas do recanto em vários sotaques... “– O pai tá em casa!”... “– Eba... o pai chegou!”... E fazíamos fila na porta do seu quarto para abraçá-lo. Como o senhor mesmo nos dizia: “feliz daquele que é aguardado com saudade e alegria em sua casa”.
Como não chorar de saudade ao lembrar daqueles seus olhões azuis cravados nos meus? Ora me perdoando pelo sacramento da reconciliação... ora me exortando... ora me animando... ora puxando as minhas orelhas. Lembro--me do seu método de ouvir, sempre infalível, de primeiro elogiar, trazer à tona o melhor de mim, e depois... hum!...
Ah! pai querido, o senhor era assim, quando eu estava “me achando”, pensando que era a “última bolachinha do pacote”... o senhor vinha e me corrigia com muita sensibilidade, e me colocava no meu lugar. E... quando eu me encontrava fragilizado, me sentindo a última criatura da face da terra por causa dos meus erros e pecados... ah! pai querido, o senhor olhava para mim com ternura... me abraçava, dizia para mim que tinha jeito, que nada estava perdido... Amava-me com aquele outro amor, o verdadeiro amor que não pede nada em troca.
Só o senhor mesmo, pai querido, para me entender com tanta profundidade. E isso faz falta... sabia?...
Te amo... Bastante...
José Gentil, bth
jpiresbethania@hotmail.com
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