Evento: Acampamento de Carnaval
Local: Comunidade Canção Nova
Data: 09.02.2002
Hora: 09 horas
Palavra de Deus para essa pregação está em I Coríntios 6, 12:
"Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma."
Abaixo, os principais trechos dessa pregação espetacular em que o padre nos ensina a diferença entre liberdade e libertinagem e as graves consequências do mau uso da liberdade na nossa história:
"Como é que nós vivemos a nossa liberdade? A primeira coisa que nós percebemos: a nossa liberdade é relativa. Ao mesmo tempo em que todos nós somos livres, porque podemos fazer escolhas e opções, existe um campo dentro do qual a nossa natureza nos diz que nós não somos livres.
Você é livre para comer? Não é. Você é livre para escolher o que comer. Mas você não é livre para comer. Você não pode determinar: 'A partir de hoje eu vou ficar três meses sem comer nada', pode? Como você é livre? Você é livre pra comer? Você é livre pra escolher o que comer.
Você é livre pra ficar acordado? Você pode até ficar acordado um dia, dois... Mas vai chegar uma hora em que seu organismo vai obrigar você a dormir.
Você é livre pra ir ou não ir ao banheiro? Não é. O seu organismo determina. E há algumas situações em que o organismo determina mais vezes..."
E nesse momento sério da pregação, de repente padre Léo, sempre irreverente, não deixou passar a oportunidade e brincou:
"Se dá em você aquela doença que só dá de dia... Já teve aquela doença? DIArréia? Só dá de dia, né? Porque se dá de noite é a mesma coisa se for de dia: você fica acordado a noite inteira. Por isso que se chama DIArréia: é uma doença que não dá de noite..."
E, como sempre, padre Léo usou do bom humor para, logo em seguida, nos passar uma mensagem importantíssima:
"Eu tenho que descobrir, em primeiro lugar, que a minha liberdade é situada. E não foi isso que Deus disse a Adão e Eva quando os criou e os colocou no Paraíso? Eles são absolutamente livres, só não podem comer da Árvore do Bem e do Mal. O que significa comer do fruto da Árvore do Bem e do Mal? Que o ser humano em todas as suas atitudes e em todas as suas decisões precisa ter um referencial. Quando nós perdemos esse referencial, a liberdade se torna libertinagem."
Padre Léo deixa claro:
"A liberdade não pode jamais ser confundida com libertinagem. A libertinagem é: 'Eu faço o que eu quero, do jeito que eu quero, a hora que eu quero'."
Padre Léo enfatiza alguns pecados que cometemos ao fazer uso da falsa liberdade:
"É em nome da falsa liberdade do corpo que as pessoas usam drogas, que as pessoas fazem sexo do jeito que bem entendem, que as pessoas fazem aborto. O ser humano vai se animalizando!"
Padre Léo não deixa dúvidas: quem obedece a Deus é livre. Quem faz o que o encardido quer não passa de um escravo:
"O ser humano quando faz uso errado de sua liberdade se torna o pior de todos os animais. O pior! Quando deixa-se conduzir pela libertinagem, o ser humano é capaz de fazer coisas que nem os animais irracionais fazem. Ou você já viu uma fêmea (de qualquer raça) matar o próprio filho, a não ser num instinto de preservação? Olhe na natureza... Por que, com excessão do ser humano (ao menos na minha opinião. Tem gente que acha o contrário), todos os demais seres da natureza, os machos são mais bonitos. Já notaram? Eu acho, com excessão do ser humano... Se vocês não acham, cada um tem o gosto que quiser... Na natureza, todo macho é mais bonito, maior, mais colorido. Por quê? Pra mostrar a supremacia do macho? Não. Pra defender a fêmea e pra defender o filho. Quando o animal é atacado, o macho sendo maior e mais colorido, primeiro ele tenta defender, enfrentar o bicho, e não conseguindo, ele é maior e mais colorido pra chamar a atenção para si. Enquanto o perseguidor vai atrás dele, a fêmea corre pra toca pra defender os bichinhos.
E o ser humano? O ser humano usa dos dons que tem pra defender o outro? Ou pra se defender? O ser humano quando deixa o uso da liberdade e cai na libertinagem... Por isso que São Paulo diz: "Os libertinos não vão entrar no reino dos Céu." Ele se torna pior do que qualquer animal.
A liberdade é o ponto fundamental da história cristã. Aliás, hoje, quando a filosofia estuda a liberdade, ela chega a uma conclusão, e não tem outra: quem inaugurou de fato a ideia, a concepção de ideia e prática de liberdade foi Jesus Cristo. Antes de Jesus Cristo, a ideia que se tinha da liberdade era a liberdade como o contrário de prisão: não estou preso, logo, estou livre. Os gregos diziam que há dois tipos de pessoas: os livres e os escravos. Então, liberdade só como o contrário de escravidão: já que você não nasceu escravo, você é livre. E esse foi o máximo que o grego, que é o pai da filosofia, o pai do pensamento, conseguiu chegar...
Jesus Cristo foi aquele que inaugurou o reino da liberdade porque, em primeiro lugar, devolveu o ser humano ao seu contexto orginal de imagem e semelhança de Deus. Criado segundo Deus. Criado para Deus. Criado livre para fazer opções. E aqui vem uma coisa fabulosa de Deus: a liberdade com a qual Deus criou o ser humano foi tão absoluta que deu ao ser humano, inclusive, a possibilidade de optar contra Ele. E isso, infelizmente, pelo pecado acontece. Mas Jesus não aniquilou essa liberdade humana. Ele elevou essa liberdade a uma condição superior. Jesus inaugurou um jeito novo de viver a liberdade. A liberdade na obediência. Porque a liberdade sem obediência vira libertinagem. A obediência, sem a liberdade, vira escravidão. Obediência cega.
Quando Maria conversa com o anjo, ela mostra, em primeiro lugar, obediência. Mas ao mesmo tempo ela mostra liberdade. Obediência sem liberdade não pergunta. É a liberdade de Maria que a faz perguntar: 'Como acontecerá isso? Eu não conheço homem? Como é que isso vai acontecer?' Ela tem diálogo! Por quê? Porque a obediência de Maria é a obediência de alguém que é livre. Liberdade e obediência, com Cristo, vão se tornar duas facetas da mesma realidade.
Porque a liberdade nossa nos leva a uma certeza: ou eu obedeço a Deus ou obedeço ao demônio. Nós não temos outra escolha. O ser humano é livre para escolher a quem ele quer obedecer. Com uma grande diferença: obedecer Jesus Cristo significa tomar a cada dia posse da sua liberdade."
"A libertinagem, o uso errado da liberdade, é o nome que o mundo dá a liberdade."
É durante essa pregação que padre Léo profere uma de suas frases mais conhecidas:
"A consciência humana é um sacrário inviolável."
E continua:
"A consciência humana é a presença do próprio Deus na cabeça do ser humano."
"A pessoa fazendo uso errado da sua liberdade, começa a entrar no jogo do pecado e, com o tempo, a pessoa vai se tornando escrava do pecado."
"Por que a escravidão do pecado é a maior de todas as escravidões? Porque você é escravo mas pensa que é livre. O argumento que lhe leva ao pecado é o uso errado da sua liberdade."
"A liberdade, no pecado, mistura desejo, querer, com vontade. A liberdade em Cristo leva-nos a uma opção livre pela vontade de Deus."
Padre Léo relembra a história do sequestro de Whashington Olivetto, um dos maiores publicitários do Brasil, responsável por algumas da campanhas publicitárias mais importantes do país, para nos alertar em que tipo de seres humanos estamos nos tornando:
"Sabe o que me deixa mais triste quando eu ouço falar num sequestro desse que nem do *Olivetto? Quando eu li, no Jornal de Brasília de terça-feira que ele ficou preso numa casa... Fizeram um cômodo dentro de uma casa na rua Kansas. Eu não sei se esse 'Kansas' é de cansas de tanto esperar ou esse 'Kansas"' dos Estados Unidos, né? Ficou 53 dias preso numa casa. E que mais ou menos dez sequestradores cuidavam, revezando, dele. Agora, a polícia descobriu que esses sequestradores tinham alugado a casa uns dois meses antes. Prepararam a casa. Encheram a casa de câmeras pra ninguém ir lá pegar o homem. Puseram ele lá dentro.
Aí vem na minha cabeça o seguinte: se fosse no Biguá esse sequestro, o sequestrador estava perdido. Porque se ele chegasse lá hoje pra montar a casa do sequestro, amanhã ele já tinha 26 visitas lá no Biguá. Com certeza! Depois de amanhã, a minha tia já tinha matado um porco e ia levar um pedaço de porco pra ele. Sim, lá no Biguá era assim! A gente visitava os vizinhos.
Gente, eu não fico tão preocupado com esses sequestradores que vieram de outro país sequestrar não... A maldade sempre vai existir, infelizmente. O que me dói o coração é saber que numa rua cheia de gente, um morando do lado do outro... Mostrou na televisão, é uma casa grudada na outra. O vizinho do lado não percebeu que ali estava acontecendo alguma coisa! Não percebeu que estavam dez pessoas diferentes entrando e saindo sem falar com ninguém. Não percebeu que tinha uma pessoa presa lá dentro.
Sabe por quê? Porque, segundo a Folha de São Paulo, 53% dos brasileiros estão olhando não para a casa do vizinho, mas pra casa onde estão os doze apóstolos do encardido criando o BBB, o 666. O novo número da besta que leva o ser humano a um individualismo, a um fechamento. Onde ele quer saber o que se passa na vida alheia de podre e de estragado, mas não quer se comprometer aquilo que vai na casa do vizinho dele do lado. Isso deixa a gente triste!"
"Pergunto: se você mora num prédio, se em um dos andares do seu prédio fosse usado como cativeiro para alguma pessoa, você teria descoberto? Talvez façam dez anos que você mora naquele prédio e nunca visitou um vizinho no andar de cima ou de baixo. Talvez façam dez anos que você mora naquela rua, mas você não sabe o nome da pessoa que mora na primeira casa. Você passa. Você vê sair. Você vê entrar. Que ser humano nós estamos criando? Isso é liberdade?
A liberdade de vir alguém lá de fora, um estrangeiro, criminoso procurado no país dele, e vem aqui no meu país e mora na minha rua, ao lado da minha casa. Ao ponto de uma vizinha, que era estudante de medicina, ter colocado o estetoscópio na parede e ter escutado os gritos do homem. Meu Deus do céu! Que mundo é esse? É uma parede que nos separa! Mas que largura é essa parede? E pior: essa parede está sendo construída dentro das casas das pessoas. Porque nós estamos querendo ver uma porção de coisas lá fora que não nos comprometem. Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Sim, é permitido eu criar o meu mundo, a minha casa. Eu me criar numa situação individualista, num fechamento. Que espécie de ser humano nós estamos criando? Um ser humano pobre. Um ser humano ferido.
Eu não acuso governador, eu não acuso a polícia, eu não acuso o governo por um sequestro desses. Eu me acuso! O meu coração entra num processo de exame de consciência, de ato penitencial. Porque, quem sabe, se fosse a casa do lado da minha usada como cativeiro, e talvez tenha alguém lá no cativeiro sim... Não desse sequestrador que pede dois milhões de resgate, mas do sequestrador que quer nos levar inteiros para o inferno. É por isso que São Paulo nos diz que não podemos fazer mau uso da liberdade. Nós fomos comprados. O nosso preço já foi pago. Nós todos aqui estávamos sequestrados. O Senhor nos resgatou."
Como enfatizou em outras pregações, ele diz claramente que o projeto do Big Brother Brasil é demoníaco e, infelizmente, tem como principal audiência o público católico:
"Por que será que esses programas aí, no mundo inteiro... São 19 países que estão fazendo esse programa. A globalização da imbecilidade! Por que será que esses programas, em todos os países, são doze componentes? Coincidência? Por quê doze? As doze tribos de Israel? Os doze apóstolos? O demônio quer copiar Jesus em tudo. Ele tenta copiar Deus até nisso. Jesus escolheu 12 apóstolos. Os doze filhos de Israel, homens simples, humildes... Foi lá na beira do rio catá-los, na beira do mar... Passou lá na banca onde Mateus estava cobrando. O demônio não... O encardido, para selecionar os doze, faz um concurso nacional onde apareceram 500 mil inscritos. E mando cortar meu pescoço, com clergyman e tudo, se tiverem acesso a esses quinhentos mil que se inscreveram, e se perguntarem a religião deles, 99% dirão: católico. Isso dói! Jesus, pra escolher os seus doze, chamou os doze e ofereceu a Cruz. 'Quem quer vir após mim, pega a cada dia sua cruz e siga-me". A liberdade que o Senhor nos dá é a mesma Dele: é a da cruz. É na cruz que somos livres. É a cruz que nos liberta. É o preço do nosso resgate. Os 500 mil que foram escolhidos estão fazendo tudo para ganhar 500 mil. É um bom prêmio: meio milhão. Como é que o ser humano se vende tão barato? Por causa de meio milhão não tem problema que meu marido vá lá e fique namorando outra mulher. Por causa de meio milhão não tem problema que a minha esposa vá lá e deite na cama com outro homem. E o Brasil inteiro vendo. Imagina, por meio milhão quem não faria isso? Escolha: você quer ser seguidor desses 12 apóstolos? Você pode ganhar casa, você pode ganhar carro, você pode ganhar apartamento, você pode ganhar fama. Você pode se tornar da noite pro dia uma mulher famosa, um homem famoso. Você vai ganhar sexo, você vai ganhar as páginas das revistas. Ou talvez você queira seguir aqueles outros doze... De assumir cada dia sua cruz. E você vai ganhar perseguição, Evangelho de domingo passado "Bem aventurados, felizes, quando vocês forem caluniados, perseguidos, maltratados..."
Nos conta a história de Santa Águeda, jovem mártir que mesmo passando pelas maiores torturas, permaneceu firme na fé:
"Os mártires ganharam o quê? Todos os mártires foram oferecidos para eles o quê? Vocês podem ser livres! Santa Águeda, que nós celebramos essa semana... Uma menina! Devia ser a santa que as mulheres de hoje deveriam invocar. Águeda era uma mulher belíssima! Os biógrafos dizem que ela tinha um corpo estupendamente maravilhoso. E o que mais se destacava no seu corpo, os seus seios. Tanto que um ricaço lá, filho de um imperador, sei lá quem, um manda-chuva, ficou tão apaixonado por ela, tão doido por ela, pelo formato dos seus seios... Porque nós sabemos que as mulheres antigamente não usavam essas roupas que grudam no seio. Então, imaginem que devia se destacar quem tinha seio muito bonito, porque ressaltava no vestido que usava por debaixo do pano. Uma menina de 14, 15 anos... Ele ficou doido nela! Ele queria ficar com ela. Mas ela era cristã. Ela não podia renunciar a sua fé. E ela queria permanecer firme na sua fé. E aí ele, de pirraça, mandou amputar os seios dela. Santa Águeda deveria ser a verdadeira patrona da campanha contra o câncer de mama. E deveria ser a patrona contra a cabeça fraca de algumas coitadas que acham que pra se tornar melhor precisam encher as mamas de silicone. Não adianta nada pôr silicone no seio se o coração está vazio. Imaginem uma menina de 14, 15 anos, a formosura do seu corpo! Essas moças que ele põem na televisão, moças lindíssimas... Mas é pra isso? Eu queria ter essa liberdade de Águeda de dizer: Pode cortar! Pode cortar meu seio, pode cortar meu pênis, pode cortar minha cabeça, pode cortar minha perna, pode me cortar inteiro, mas eu quero ir pro Céu!"
A libertinagem tem seu preço:
"O que adianta ao ser humano ganhar o mundo inteiro se vier a se perder inteiro no inferno?"
"O ser humano tem em si a graça de escolher entre a salvação e a perdição eterna."
"O mundo moderno ensina que você pode usar sua liberdade pra ganhar carro. Você pode usar sua liberdade pra ganhar dinheiro. Por isso a mulher pode se prostituir, o homem se prostituir, usa droga, vende droga... O importante é ganhar dinheiro. Você pode ganhar um carro, você pode ganhar isso, você pode ganhar uma porção de coisas. Mas a nossa fé nos diz que o uso errado da nossa liberdade vai nos levar ao inferno."
Somos de Deus. Ele pagou um preço alto por nós e padre Léo nos mostra como somos valiosos para Ele:
"Nós precisamos ter essa consciência: a nossa liberdade tem um preço. Você acha que se a gente valesse tão pouco o Cristo iria morrer na Cruz por mim e por você? Você acha que se nosso corpo valesse tão pouco o Cristo se exporia, como se expôs, nu, ferido e machucado, na Cruz? Você acha que se o seu corpo valesse tão pouco o Cristo se daria a nós na Eucaristia, corpo e sangue Dele?"
Nos diz aonde chegaremos sozinhos:
"Sozinho, a única coisa que a gente consegue é ir para o inferno."
E finaliza a pregação com uma oração de cura interior restauradora, que nos convida a uma mudança concreta de vida:
"Responde pra Deus: 'Eu quero, Senhor! Eu estou nesse acampamento pra isso. O Senhor sabe que lá no fundo, no mais íntimo, no mais profundo do meu ser, do mais profundo do meu íntimo, eu tenho esse grande desejo... Esse desejo de ser verdadeiramente livre! Mas acontece que me ensinaram, Senhor, que a liberdade é eu fazer o que eu bem quiser, do jeito que eu quiser, na hora que eu quiser. Eu acreditei nessa falsa ideia de liberdade e acabei entrando nesse caminho. E essa liberdade que eu fui, Senhor, acabou me transformando numa coisa, num objeto. E hoje eu estou pagando o preço, Senhor!
Essa doença que eu tenho, esse vício que eu tenho, essa angústia que eu tenho, essa tristeza que eu tenho são consequências do uso errado dessa liberdade, Senhor! Essa minha impaciência, Senhor! Essa angústia profunda do meu coração. Essa insatisfação, Senhor! Essa dúvida. Essa dívida. Essa mágoa, Senhor! Essa mágoa profunda que está me comendo por dentro, Senhor! Esse ódio que está me destruindo, Senhor! Eu sei que tudo isso são consequências dessa liberdade falsa. E eu não quero mais viver assim, Senhor! Eu não aguento mais viver, Senhor, nesse pecado. Eu não aguento mais viver, Senhor, dia e noite preso. É uma prisão tão terrível, Senhor. É uma cadeia tão terrível que ela não prende os meus braços, pelo contrário, ela solta meus braços. Ela não prende minhas pernas. Ela solta as minhas pernas, Senhor. Não é uma corda que me prende. É um corredor que me conduz, Senhor! E cada vez que eu estou livre, eu só consigo caminhar numa única direção, Senhor!
Eu estou igual a um animal treinado, Senhor, que só anda na mesma trilha. Livre, eu não tenho nada me amarrando por fora. Não tem nenhuma corda, Senhor, porque o mais terrível é que meu coração está amarrado. E quando eu estou livre, Senhor... Quando eu acho que estou livre, que não tem ninguém me vendo... Quando eu estou longe, Senhor, aí eu faço absurdos! Eu vou pra lugares terríveis, Senhor! Eu faço coisas, Senhor, que depois eu mesmo tenho nojo. Eu tenho vergonha. Meu maior medo, Senhor, é que as pessoas descubram como eu estou amarrado pelo demônio. Como eu estou preso, Senhor! Apesar de eu me dizer livre, Senhor. Não tem nenhuma corda aqui fora me prendendo, Senhor.
Senhor, eu tenho vergonha, eu tenho nojo dos pensamentos que conduzem a minha cabeça. Das ideias que vêm a minha memória, a minha vontade... Os sentimentos que afloram o meu coração, Senhor! E das atitudes que eu sou capaz de ter. Dos atos pecaminosos que eu sou capaz de fazer, Senhor, quando me deixo levar pelo pecado.
Senhor, é por isso que estou aqui nesse acampamento. Porque eu não aguento mais. Eu não aguento mais ser escravo da droga, da bebida. Eu não aguento mais ser escravo da televisão. Eu não aguento mais ser escravo do sexo. Eu não aguento mais ser escravo da prostituição. Eu não aguento mais ser escravo da mentira. Eu não aguento mais ser escravo do ódio. Eu não aguento mais ser escravo do egoismo, da mágoa... Eu não aguento mais ser escravo da tristeza. Eu não aguento mais ser escravo da irritação. Liberta-me, Senhor! Eu sei que somente se o Senhor me libertar eu serei verdadeiramente livre, Senhor. Liberta-me, Senhor! Eu quero segui-lo, Senhor! Eu quero ouvir esse seu convite hoje, Senhor. E ter a coragem de dizer: 'Sim, Senhor, eu quero segui-lo! Eu estou aqui, Senhor!'
Eu estou aqui nesse acampamento... Eu estou aqui na minha casa, Senhor, sintonizado nesse canal de televisão . Eu estou agora diante do meu computador. Eu estou agora ouvindo esse rádio, Senhor, e eu quero dizer que quero segui-lo, Senhor! Eu não quero mais viver, Senhor, nessa libertinagem, nessa liberdade falsa que o pecado está me convidando. Eu não quero, Senhor, mais a liberdade de andar sem roupa, mas também de andar despido de toda dignidade. Eu não quero, Senhor! O meu desejo, Senhor, é carnal. Mas a minha vontade é espiritual. E eu quero viver essa minha vontade. Por isso, eu te peço: chama-me de novo, Senhor!
Tu que me convidaste hoje, no início dessa manhã, a voltar a meu primeiro amor, por favor, Senhor, chama-me de novo! Põe de novo aquele entusiamo no meu coração. Põe de novo aquela alegria no meu coração. Põe a alegria de pertencer única e exclusivamente a Ti, meu Senhor! Põe de novo no meu coração, Senhor, o desejo de ser santo. Põe de novo no meu coração, Senhor, o desejo de ser um jovem puro, um casal santo. Um consagrado, um padre, uma freira cheios do Espírito Santo. Volta-me ao meu primeiro amor, Senhor.
Senhor, Tu que morreste por mim, chama-me hoje de novo. Eu quero ouvir Tua voz me chamando hoje, Senhor. E eu quero segui-lo. Ajuda-me, Senhor, a dizer sim! Põe Teu Espírito Santo em mim, Senhor. É o Teu Espírito que me faz verdadeiramente livre. Põe Teu Espírito Santo no meu coração. Modela meu coração, Senhor! O mesmo Espírito que modelou o coração de Maria para que ela pudesse dizer sim. O mesmo Espírito que levou Pedro, Tiago, André, Mateus, João a dizer sim
O mesmo Espírito que levou Águida a ser capaz de deixar-se decepar para dizer sim. Dá-me esse mesmo Espírito, Senhor. Hoje eu te peço, Senhor, como Eliseu, uma porção dobrada do espírito de Elias. Aquele espírito que me leva, Senhor, a ser canal de vida. O mesmo espírito que conduziu Moisés, Senhor, a levar o povo na grande busca de libertação. Eu preciso desse Espírito, Senhor! Põe esse Espírito em mim, Senhor! Esse Espírito de liberdade que vence o espírito de libertinagem. Põe esse Espírito em mim, Senhor! Eu quero voltar ao primeiro amor. Eu desejo ouvir o Teu convite. Eu desejo ouvir o Teu apelo novamente, Senhor. Eu quero, Senhor! Eu quero segui-lo, Senhor.
Diz pra Deus do seu jeito: 'Eu quero, Senhor!' Tu sabes o que me amarra. Eu quero, Senhor. Eu quero pra valer. Hoje é pra valer. Eu quero que hoje seja o primeiro dia do resto da minha vida, Senhor. Eu quero segui-lo. Leva-me nos Teus carinhos e nos Teus braços. Eu quero, Senhor."
Ao final da oração, num desfecho emocionante, padre Léo canta com padre Jonas Abib a canção "A caminhada". Nem precisamos dizer que o público presente aplaudiu de pé! Abaixo, algumas fotos desse momento inesquecível:
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